terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Aeronáutica esclarece matéria publicada na revista Época

O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) prestou, em nota, esclarecimentos sobre a matéria publicada na edição nº. 506, da revista Época, do dia 27/01/2008, sob o título “PREOCUPE-SE”. Leia abaixo a íntegra da nota.A revista Época enviou a este Centro, no dia 22 de janeiro de 2008 (terça-feira), às 17h47min (HBV), 14 questionamentos do jornalista Wálter Henrique Nunes, acompanhados de sete anexos (documentos internos e outros sem autenticidade), visando aos esclarecimentos da Aeronáutica a respeito de supostas denúncias sobre segurança no controle do tráfego aéreo brasileiro. Entre os dias 23 e 25 de janeiro, o CECOMSAER mobilizou toda uma equipe para coletar as informações necessárias a fim de responder aos questionamentos, produzindo um documento de 10 páginas que foi enviado ao jornalista no prazo solicitado. Paralelamente, o Centro colocou-se à disposição do jornalista para deslocar um de seus profissionais à São Paulo, com a finalidade de esclarecer detalhadamente as respostas enviadas, solucionar qualquer dúvida pendente e, caso desejasse, visitar qualquer uma das instalações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) que fosse do seu interesse. Lamentavelmente, o que se pôde constatar na matéria publicada é que o jornalista, ao colocar apenas partes dos esclarecimentos que lhe foram enviados, omitiu dados importantes para o correto entendimento dos fatos, produzindo um material carente de contextualização e voltado para criticar negativamente o sistema de controle de tráfego aéreo brasileiro.A matéria começa, num aparente esforço de captar a atenção do leitor, a falar de um fato ocorrido em 12 de junho do ano passado, quando um vôo da Alitália teria se aproximado de uma aeronave de pequeno porte. O texto cita que "apenas 30 metros separaram a barriga do avião da Alitalia do teto do bimotor", omitindo dado mostrado pela própria revista, na página 53, e ressalta que "a margem mínima de segurança, determinada por padrões internacionais, é 300 metros". Entretanto, o jornalista pôde constatar no Relatório de Incidente elaborado pela Aeronáutica, bem como no documento enviado pelo CECOMSAER, a seguinte explicação:"Segundo o documento (relatório de incidente) enviado a este Centro pela revista, as duas aeronaves se cruzaram a "1.2 NM de separação horizontal com 100 pés de separação vertical". Isso quer dizer que, no momento de aproximação máxima, as duas aeronaves estavam a mais de 2 km (1,2 NM) de separação lateral, com diferença entre os níveis verticais de 30 metros (100 pés)".Neste caso, ao omitir informações que lhe foram fornecidas nos documentos enviados, o texto fomenta o medo e o clima de alarmismo nos leitores. No decorrer da matéria, o leitor ainda se depara com a seguinte informação: "Em países que divulgam publicamente os incidentes, a análise coletiva dos dados ajuda a corrigir problemas. No Brasil, as informações, boas ou ruins, permanecem restritas aos arquivos da Aeronáutica. A falta de transparência é um indicador de como o país lida mal com a segurança de seu espaço aéreo."Na realidade, a Aeronáutica nunca deixou de prestar esclarecimentos à imprensa sobre relatos ou relatórios de incidentes de tráfego aéreo. De fato, a experiência deste Centro em tratar com a revista Época sobre incidentes aeronáuticos já há algum tempo tem sido frustrante. Quando se esperava uma contribuição esclarecedora sobre a questão da segurança do tráfego aéreo brasileiro, o leitor se depara com um texto incompleto, baseado numa análise que privilegia apenas alguns interessados nessa polêmica. O texto também ressalta as constantes "falhas em radares". A bem da verdade, se radar fosse imprescindível para a segurança da navegação aérea, nenhum avião cruzaria qualquer oceano, porque na superfície do mar não existem radares. Entretanto, o jornalista recebeu a seguinte informação que não mereceu qualquer destaque:"O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) tem a responsabilidade de coordenar o movimento aéreo numa área de 22 milhões de Km2, quase três vezes a dimensão territorial do país e, para tal, possui mais de 5.000 equipamentos em funcionamento ininterrupto, 365 dias no ano e com um índice de disponibilidade diária acima de 98% desse total. Nos últimos oito anos, a Aeronáutica investiu cerca de R$ 1,8 bilhão na estrutura de controle de tráfego aéreo, dentro de um processo rotineiro de modernização. Dos quatro Centros de Controle existentes no país (CINDACTA), o de Manaus é novo (decorrente da criação do SIVAM), o de Brasília passou por um processo de modernização recente, o de Curitiba concluiu sua etapa de atualização no ano passado e o de Recife iniciou esse processo de modernização no final de 2007. Além disso, o Comando da Aeronáutica contratou serviços de assistência técnica presencial, 24h por dia, para equipamentos essenciais à navegação aérea.Com isso, o Comando da Aeronáutica afirma categoricamente que não existem problemas graves em equipamentos do controle de tráfego aéreo no Brasil, que a manutenção de radares e equipamentos é feita satisfatoriamente, que a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos garante mais de 98% de disponibilidade média e que o sistema tecnológico usado no controle de tráfego aéreo brasileiro está entre os mais modernos do mundo".
Por fim, o jornalista conclui que a Aeronáutica acusa os controladores de estarem “exagerando nos relatórios”. E completa com o seguinte questionamento: “Mas, se esses registros não são divulgados para ninguém de fora da Aeronáutica, de que adiantaria aos controladores relatar incidentes que não aconteceram?" A resposta é simples: fabricado o pseudo-documento, ele é enviado pela parte interessada a algum repórter, que não tem obrigação técnica de decifrar e entender as limitações desse conteúdo. Em conseqüência, o profissional constrói uma matéria jornalística com base em material que não expressa a verdadeira realidade dos fatos.Ao que parece, a revista não estabeleceu os filtros necessários para uma adequada apuração jornalística. Ao contrário, omitiu esclarecimentos importantes do Comando da Aeronáutica, direcionou as idéias e censurou dados de interesse da sociedade. Por fim, cabe registrar que a matéria potencializa claramente dados negativos e ignora informações positivas sobre o sistema de tráfego aéreo brasileiro, como fez em relação aos indicadores de acidentes aeronáuticos no país e com os registros de incidentes de tráfego aéreo, gerando insegurança e pânico nas pessoas e deixando de contribuir para o esclarecimento tão necessário àqueles que se utilizam do transporte aéreo no Brasil.Nesse sentido, prezados leitores, com relação às matérias que são publicadas sobre este assunto, não acredite em tudo que esteja lendo: “PREOCUPE-SE”.Brig Ar Antonio Carlos Moretti BermudezChefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
Da fab.mil.br

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