sábado, 8 de março de 2008

O fim de uma era: 40 anos depois, a publicidade será banida na tv francesa

Banida da tv pública francesa! Antes de mais nada é preciso que você entenda o sistema de televisão francês, como em todo o mundo existem os canais a cabo, que não entram nessa história. Falando na tv aberta, existem dois canais públicos, France 2 e France 3 - como existe na Inglaterra os canais da BBC e no Brasil, a TV Cultura que até pouco tempo atrás não exibia breaks comerciais. Além dos canais da France Television, tem-se o canal Arte, o Canal +, TF1 e M6, os dois últimos, os canais privados que serão favorecidos com a decisão do presidente Sarkozy. Da forma como as coisas estão atualmente, os canais públicos lucram pelo menos 700 milhões de Euros com a veiculação de publicidade - lembrando que por aqui, os intervalos comerciais foram instituídos à partir de 1968. Para compensar essa perda, com a supressão dos anúncios à partir de 1º de janeiro de 2009, o presidente julgou por bem criar uma taxa sobre os novos meios de comunicação: aparelhos de celular que captam sinais de tv, computadores... Estimado entre 170 a 340 milhões de Euros, o dinheiro da nova taxa é que irá financiar os canais públicos. Obviamente, não precisa ser um gênio da matemática para notar a diferença discrepante entre os ganhos atuais e futuros! Outras taxas estão sendo estudadas para completar essa diferença, como por exemplo uma taxa sobre a publicidade por horas de veiculação. A decisão favorece explicitamente os canais privados, entre eles o TF1, de seu amigo pessoa Martin Bouygues, que passou a integrar a direção geral do canal em 22 de janeiro deste ano, dias após Sarkozy revelar seus planos para publicidade na tv. Sem a publicidade, os canais públicos vão ganhar 4 horas que poderão ser utilizadas para novos programas. Um novo canal de tv especialmente dedicado a notícias com a visão francesa dos fatos também está incluído no projeto. Denominado France Monde, no canal não será permitido outra língua que não o Francês (o presidente faz questão de destacar este fato numa atitude um tanto quanto xenofóbica). Na sua lógica, se a CNN divulga uma visão anglosaxônica dos fatos, porque não um espaço para uma visão francesa? Ao que parece, Sarkozy tem urgência em colocar no ar o novo canal de tv. Comentando sobre o fato, Jacques Séguéla, vice-presidente do grupo Havas, disse concordar com a decisão, porém fez evidente que artifícios que mascaram a publicidade como patrocínio, product placements, advertainment, entre outras técnicas, passarão a ser utilizadas de forma mais intensa. Por enquanto essas idéias compõe apenas um projeto, que será submetido ao parlamento depois das eleições municipais que acontecerão em março. Até lá, muita coisa pode ainda acontecer e é claro, muitos protestos e reportagens na tv.
Do blog publicidadedesaia.blogger.com.br

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